pela mata até ao castelo

Quando nos mudámos para Tomar a Mata dos Sete Montes estava fechada e assim permaneceu até há bem pouco tempo. A causa foi o tornado que este inverno passou por cá provocando vários estragos e atingindo fortemente a mata

Ter 39 hectares de verde, bem no centro da cidade (um verdadeiro luxo), para explorar, andava a fazer-me cócegas na imaginação. Agora que reabriu ao público, com horário alargado, é com muito prazer que me passeio, exploro caminhos, tiro fotos... ando feliz da vida à descoberta.

Acho muita graça à formalidade da entrada, à jardim francês. À medida que vamos avançando o formato geométrico arrumadinho do início dá lugar à mata propriamente dita - Densa, embora se perceba que perdeu muitas árvores de grande porte no temporal, antiga, com bonitas variações de luz, caminhos labirínticos (também é verdade que o meu gps interno é muito faquinho sendo possível perder-me em sítios perfeitamente meus conhecidos), o Castelo no topo e a linda Charolinha num dos caminhos, fazem desta mata um dos meus locais de eleição.

Como deve ser linda no outono!

 

A festa

A sexta-feira, dia da abertura das ruas ornamentadas, foi para mim, como já esperava, o ponto alto das festas - Não há fotografia que consiga descrever o ambiente que se vivia nas ruas.

Como não sou uma pessoa religiosa, nesta festa agrada-me acima de tudo a sua origem ancestral; o espírito de entreajuda, companheirismo e empenho, de tantas e tantas pessoas que valorizam e acarinham a sua cidade. É grandioso e emocionante!

A preparação II

As festas já começaram mas aguardo com grande expectativa pelo dia de amanhã - Dia da abertura das ruas populares ornamentadas, de que já falei aqui. Depois do trabalho ornamental concluído, as ruas já totalmente prontas são tapadas a olhares curiosos, até à sua abertura oficial

Domingo é o grande dia, do Cortejo dos Tabuleiros, para o qual já vejo os casais a treinarem há muito tempo (penso que com os tabuleiros de há quatro anos).

Ao final da tarde as ruas fervilham com pessoas de diversas proveniências. Só apetece estar na rua a ver tudo, a sentir o frenesim e a alegria destes dias de festa

(Estas fotos foram tiradas hoje de manhã)

A vista das traseiras

Da janela das traseiras

É engraçado quando passo os olhos por este blog e encontro fragmentos dos meus dias.

Nunca fui de ter diários escritos, nem os gráficos eram muito certos, mas este tipo de registo, fotos+ texto, por vezes sobre coisa nenhuma (adoro fotos de coisas sem importância), devo dizer que me atrai. Talvez pelo facto de já estar na casa dos trinta-a-caminhar-a-passos-largos-para-os- quarenta, a coisa do registo do passar do tempo comece a fazer sentido para mim de uma maneira mais concreta e sistemática

Pequena nota sobre o quotidiano:

Não sendo de cair para o lado, aliás, a construção é bem feiota! Enfim, passando à frente..., a vista das traseiras desta casa tem algum encanto - Vejo céu, árvores e a horta do vizinho, que por esta já conquistou a minha inveja. Acordo com a algazarra dos pardais e ao final da tarde gosto de ficar atenta à actividade da bicharada: Entre muitos pardais, melros, um ou outro rabiruivo-preto, os gatos também são visita habitual. Sobre estes últimos falarei mais à frente. Mas adianto que são um dos muitos charmes desta cidade

O melhor sítio

Esta zona do rio é muito apreciada pelas aves que por aqui vivem.

Como se situa numa das margens da ponte mais antiga de Tomar, numa zona da cidade de que gosto particularmente, é-me impossível passar sem espreitar.

Gosto particularmente de dois dos seus frequentadores: Uma Garça-real (Ardea cinerea), enorme (parece um dinossauro), que só descobri há pouco tempo, e um melancólico Goraz (Nycticorax nycticorax). Penso que as duas pontas desta construção são disputadas por ambos- Se está um, não está o outro, porque é corrido. Já assisti a uma zanga entre as duas garças, por esse motivo depreendo que é assim. Estas fotos foram tiradas em dias diferentes

De manhã a ponta mais afastada é a ideal. À tarde, esta mais perto é a melhor porque embora também ao sol é mesmo assim mais recolhida.

Bom sítio para refrescar e para pescar - A garça-real estica-se toda para a frente e zás, num instante pescou dois, eu vi, mas estava sem máquina!

Não sei se são machos, se fêmeas ou macho e fêmea, mas suspeito que o Goraz é macho (já lhe dei um nome, o que é um bocadinho ridículo...)

 

A preparação

Este mar de flores, são parte da preparação para a Festa dos Tabuleiros.

Cada vez que me deparo com este espectáculo, que nesta altura do ano, com a aproximação da data, é quase porta sim porta sim, não consigo deixar de me encantar. São flores de papel aos milhares: penduradas, por pendurar, a encher caixas, já nas formas correctas como vão ser expostas, é lindíssimo. Vão servir quase todas, penso eu, para enfeitar as ruas da cidade

Já entrei em alguns destes armazém - Assim que me vêem a espreitar à porta sou imediatamente convidada a entrar e é sempre com orgulho e olhos brilhantes que me falam das horas imensas de trabalho envolvido nesta preparação e de como vale a pena

Esta festa só se realiza de 4 em 4 anos e este ano é um deles, sorte a minha.