A vista das traseiras

Da janela das traseiras

É engraçado quando passo os olhos por este blog e encontro fragmentos dos meus dias.

Nunca fui de ter diários escritos, nem os gráficos eram muito certos, mas este tipo de registo, fotos+ texto, por vezes sobre coisa nenhuma (adoro fotos de coisas sem importância), devo dizer que me atrai. Talvez pelo facto de já estar na casa dos trinta-a-caminhar-a-passos-largos-para-os- quarenta, a coisa do registo do passar do tempo comece a fazer sentido para mim de uma maneira mais concreta e sistemática

Pequena nota sobre o quotidiano:

Não sendo de cair para o lado, aliás, a construção é bem feiota! Enfim, passando à frente..., a vista das traseiras desta casa tem algum encanto - Vejo céu, árvores e a horta do vizinho, que por esta já conquistou a minha inveja. Acordo com a algazarra dos pardais e ao final da tarde gosto de ficar atenta à actividade da bicharada: Entre muitos pardais, melros, um ou outro rabiruivo-preto, os gatos também são visita habitual. Sobre estes últimos falarei mais à frente. Mas adianto que são um dos muitos charmes desta cidade

Ir a banhos

As férias ainda estão longe, mas agora que já não temos a praia a dois passos começámos à procura de alternativas aos banhos de mar.

É com prazer que temos vindo a descobrir algumas praias fluviais bastante agradáveis, em sítios muito bonitos e onde até me consigo imaginar a tomar banho - O que para mim vai ser uma aventura.

Estou muito habituada ao mar, os rios assustam-me um pouco. Acho que não consigo entrar na água sem ver o fundo, sem saber o que se encontra lá por baixo...

 

Correio doce

A propósito deste post, a Alice, no outro dia, envio-me um pacote de pauzinhos de laranja e chocolate, que fizeram o meu delírio no pouco tempo que duraram.

Pequenas e delicadas tirinhas, de laranja cristalizada, fininha e sem excesso de açúcar, cobertas por um óptimo chocolate. Comem-se em duas dentadas: Deixar derreter na boca um bocadinho e depois mastigar suavemente.  Tão bem feito que eu fico contente de morar bem longe da fonte da perdição - A Confeitaria Marbela.

Vejam o site e fica tudo explicado!

O melhor sítio

Esta zona do rio é muito apreciada pelas aves que por aqui vivem.

Como se situa numa das margens da ponte mais antiga de Tomar, numa zona da cidade de que gosto particularmente, é-me impossível passar sem espreitar.

Gosto particularmente de dois dos seus frequentadores: Uma Garça-real (Ardea cinerea), enorme (parece um dinossauro), que só descobri há pouco tempo, e um melancólico Goraz (Nycticorax nycticorax). Penso que as duas pontas desta construção são disputadas por ambos- Se está um, não está o outro, porque é corrido. Já assisti a uma zanga entre as duas garças, por esse motivo depreendo que é assim. Estas fotos foram tiradas em dias diferentes

De manhã a ponta mais afastada é a ideal. À tarde, esta mais perto é a melhor porque embora também ao sol é mesmo assim mais recolhida.

Bom sítio para refrescar e para pescar - A garça-real estica-se toda para a frente e zás, num instante pescou dois, eu vi, mas estava sem máquina!

Não sei se são machos, se fêmeas ou macho e fêmea, mas suspeito que o Goraz é macho (já lhe dei um nome, o que é um bocadinho ridículo...)

 

A preparação

Este mar de flores, são parte da preparação para a Festa dos Tabuleiros.

Cada vez que me deparo com este espectáculo, que nesta altura do ano, com a aproximação da data, é quase porta sim porta sim, não consigo deixar de me encantar. São flores de papel aos milhares: penduradas, por pendurar, a encher caixas, já nas formas correctas como vão ser expostas, é lindíssimo. Vão servir quase todas, penso eu, para enfeitar as ruas da cidade

Já entrei em alguns destes armazém - Assim que me vêem a espreitar à porta sou imediatamente convidada a entrar e é sempre com orgulho e olhos brilhantes que me falam das horas imensas de trabalho envolvido nesta preparação e de como vale a pena

Esta festa só se realiza de 4 em 4 anos e este ano é um deles, sorte a minha.

A Polly Jean

Gosto muito da PJ Harvey e admiro a sua capacidade de arriscar a cada novo disco, de se reinventar ao longo dos anos. Talvez fosse mais cómodo, acho que é quase sempre, continuar a fazer o que fazia tão bem, que todos reconheciam como sendo A PJ, sem nunca desapontar a enorme corte de fãs: aquele som mais cru, mais rockeiro, mas acontece que esta senhora gosta de fugir às regras e também é por isso que gostamos tanto dela, não é?

Embora adore o universo negro com que ela habita os dois últimos discos pessoalmente não me identifico tanto com este como com os anteriores, mas não deixou por isso de ser emocionante vê-la ao vivo, sentir a forma como se entrega às novas músicas, como a sua voz está cada vez mais encantadora e a presença em palco é qualquer coisa de grande